Na arte, meu avô, Manoel Fernandes, português de Freguesia de Soajo, Concelho de Arcos de Valdevez. Não o conheci pessoalmente. O que sei dele vem das histórias de meu pai, Manoel Fernandes Júnior, na mais autêntica tradição oral, que também exerço neste texto.
São muitas histórias:
▶ Ele era impaciente, turrão, às vezes irascível, em uma época em que essas manifestações faziam parte da cultura de uma época e supostamente garantiam a sobrevivência e escondiam corações apaixonados.
▶ Ele levantava um saco de 60 quilos de farinha com os dentes, demonstrando que tinha resistência corporal e, com certeza, bons dentes.
▶ Possuía um “coração de ouro”, palavras de meu pai. Era um apaixonado pela vida, por seus filhos, família e por seu ofício de construtor.
▶ Ele construía casas com tijolos feitos com suas iniciais.
▶ Nunca esquecia Portugal, a enaltecer a todo momento suas paisagens, suas montanhas de pedra, a vida simples, os espinheiros de Soajo, as sopas e comidas portuguesas preparadas com carinho pela minha vó Isolina.
▶ Amava a minha avó e dividiam as tarefas de forma igualitária, os cuidados da família e da casa, a educação dos filhos; ficaram juntos até o momento da partida dele e do silêncio da casa, sempre foi lembrado por ela.
▶ Vou manter viva a história do meu avô. É hora de falar, agora e sempre.
Nossas raízes e origens também nos mantém despertos.
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