Na arte, meu avô, Manoel Fernandes, português de Freguesia de Soajo, Concelho de Arcos de Valdevez. Não o conheci pessoalmente. O que sei dele vem das histórias de meu pai, Manoel Fernandes Júnior, na mais autêntica tradição oral, que também exerço neste texto. São muitas histórias: ▶ Ele era impaciente, turrão, às vezes irascível, em uma época em que essas manifestações faziam parte da cultura de uma época e supostamente garantiam a sobrevivência e escondiam corações apaixonados. ▶ Ele levantava um saco de 60 quilos de farinha com os dentes, demonstrando que tinha resistência corporal e, com certeza, bons dentes. ▶ Possuía um “coração de ouro”, palavras de meu pai.…
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A casa onde nasci
Na casa da foto, eu nasci. Uma típica casa portuguesa, parecida com muitas da Província de Soajo, em Portugal, terra do meu avô, Manoel Fernandes, que construiu a casa com minha avó Isolina. Era um sobrado com telhado de quatro águas. Visto de frente, uma porta centralizada de quase três metros de altura, com uma janela alta de cada lado. Uma escada diagonal com pergolado vertical, que seguia toda a extensão da varanda descoberta. Do portão até a casa, aproximadamente 15 metros ocupados por canteiros de cravos e hortaliças. Nesta casa, passei minha infância — penso que até meus 12 anos. Explorei cada canto do quintal, subi em muros, escalei…